Como sempre reforçamos aqui no blog, o acompanhamento periódico do bebê, principalmente nos 100 primeiros dias, é extremamente necessário em todos os aspectos de sua saúde. Na Odontopediatria, destacamos que a cavidade bucal, nessa fase, pode sofrer diversos fenômenos, como alterações de desenvolvimento e até patogenias.
Alguns desses fenômenos podem ser respostas indesejadas a processos fisiológicos normais, como o nascimento dos dentes, principalmente quando esses ocorrem antes do tempo esperado, como é o caso dos dentes natais ou neonatais, presentes na cavidade bucal já no nascimento do bebê ou que nascem até o trigésimo dia de vida.
É o caso da lesão de Riga-Fede, uma ulceração traumática na superfície ventral da língua (ou seja, na parte de baixo da língua) causada pelo atrito constante com os dentes presentes na boca do bebê. Essa condição pode prejudicar a sucção do leite e alimentação, colocando o recém-nascido em risco de deficiências nutricionais.
Assim que diagnosticado pelo próprio Odontopediatra, ou quando esse recebe o paciente por meio do encaminhamento de outro profissional, será determinado o tratamento, de acordo com o quadro do bebê.
A lesão de Riga-Fede é tipicamente benigna e pode aumentar gerando uma massa fibrosa. O rápido diagnóstico é vital para a manutenção da saúde do bebê, que, na maior parte dos casos, apresenta irritabilidade, choro intermitente e sono alterado.
A escolha do tratamento, entre conservador ou radical, dependerá de alguns fatores, como a situação nutricional da criança no momento do diagnóstico, a dificuldade de amamentação, a extensão da lesão, entre outras condições.
O tratamento conservador tratará de suavizar a borda incisal do dente (a parte cortante do dente), deixando o dente com as bordas arredondadas e polidas. Já o tratamento radical, apontará a necessidade da exodontia (extração) do dente. No caso da extração, o profissional avaliará a condição da implantação óssea do dente.
Nos casos em que a exodontia é a indicação, o acompanhamento com o Odontopediatra deve ser reforçado, objetivando evitar a má oclusão futura (o “encaixar” dos dentes superiores e inferiores, primordial para a correta mastigação).
A consequência da má nutrição em função da impossibilidade do bebê se amamentar corretamente, pode, além de levar a uma introdução precoce de alimentos complementares, à deficiência no desenvolvimento craniofacial pela falta dos movimentos da sucção, interferência no sistema imunológico e no crescimento pela falta de anticorpos e nutrientes presentes no leite materno.
Vale ressaltar que a perda de peso do bebê nunca deve ser ignorada ou considerada banal, principalmente no recém-nascido. O acompanhamento eficaz dos Especialistas será capaz de identificar possíveis problemas e intervir o quanto antes, eliminando ou minimizando danos futuros ao bebê.
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